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  • 15 / 09 / 2014 O poder da comunicação pessoal

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  • “Estas primeiras mensagens contribuem de forma decisiva para aquilo que eu chamo o diálogo interior. O modo como falamos conosco próprios é realmente importante, porque se torna a base da nossa palavra falada. Estabelece a atmosfera mental em que funcionamos e que atrai a nós às experiências. Se nos diminuirmos, a vida vai significar muito pouco para nós. Se amarmos e tivermos apreciação por nós próprios, então, a vida poderá ser uma maravilhosa dádiva de alegria”.(1)

    O diálogo interior é a linguagem que não é exteriorizada, é estabelecida conosco próprios, neste sentido, é intrapessoal, pois cria a realidade. Esta realidade pode ser boa ou má, rica ou pobre, bonita ou feia, grande ou pequena, conforme a predisposição mental, ou seja, as ideias, pensamentos e atitudes perante as próprias pessoas e o mundo que nos rodeia.

    Neste sentido, a linguagem cria a realidade, pois o ser humano é o resultado da aprendizagem que obtém enquanto membro da sociedade e ao mesmo tempo construtor da própria realidade, enquanto elemento mais ou menos ativo dessa realidade construída.

    As palavras proferidas por alguém constroem a realidade, neste sentido, a realidade é formada por toda a complexidade de ideias e pensamentos, que dependendo da sua persistência e consistência ou não, transformam-se em atitudes e comportamentos “criadores” da realidade de cada um e da sociedade.

    A palavra falada constitui por si mesma, um verdadeiro poder, pois ela é a base de tudo o que de forma continuada se imagina, se projeta e se cria, quer na mente, quer na realidade. Dito de outra forma, a realidade é construída pelas palavras que transportam em si verdadeiro significado, capaz de transformar obstáculos em oportunidades e fraquezas em verdadeiras forças capazes de mudar o rumo da história.

    “Há alturas em que pessoas parvas dizem coisas absurdas, e, se lhes responder, só vai fazer figura de parvo. O melhor a fazer é morder a língua e deixar que os seus ataques passem sem o atingir. Existem igualmente ocasiões em que alguém o deitou ao tapete e, então, terá de se levantar e contra-atacar. Mas, na maioria das vezes, deve esperar. Escolha a ocasião. Defenda a sua posição na altura que for melhor para si e não para o outro”.(2)

    Neste sentido, a eficácia da comunicação verbal reside essencialmente, na escolha das palavras certas, colocadas no local certo, com as circunstâncias apropriadas, com as pessoas certas, pois a verdadeira eficácia está na conjugação destes fatores.

    Para além destes fatores, contribuem em grande medida, o tom de voz e a fisiologia, pois, como vimos, as palavras representam apenas 7% da comunicação eficaz. Assim, podemos afirmar que a comunicação eficaz está na verdadeira conjugação dos fatores intrínsecos ao comunicador, bem como, aos fatores extrínsecos, tais como – Quem?, Onde?, Como? e A quem?

    “As pessoas de maior sucesso sabem que custa muito menos desarmar os adversários do que travar batalha com eles. E é muito fácil. Muitas vezes, numa crise ou uma situação de confronto, para vencer basta uma frase oportuna ou elegante. Seguem-se quatro formas de comunicar a sua posição sem ser autoritário e sem ofender as pessoas:
    “… Compreendo o seu problema…”.
    “…Concordo, mas…”.
    “…Ria consigo mesmo antes que os outros o façam…”.
    “… Culpe a cadeira…”.(3)

    Assim, aceitar os pontos de vista alheios, bem como, esforçar-se por compreendê-los, é um passo importante para estabelecer relações de empatia e ser aceite pelos outros. Este procedimento serve para unir esforços, no sentido da resolução de problemas e acalmar ânimos exaltados.

    Outro aspecto que contribui para a compreensão e aceitação dos diferentes pontos de vista tem a ver com a concordância com outra forma de pensar ou agir, como por exemplo: “Compreendo a sua posição, mas…”, Todavia esta posição não implica que se deixe de demonstrar a sua posição pessoal sobre essas matérias.

    A aceitação das características fisiológicas e psicológicas das próprias pessoas, bem como, o constante aperfeiçoamento quer ao nível pessoal, quer ao nível profissional, contribuem decisivamente para a autoanálise e autocrítica que é um fator decisivo para que as pessoas se possam autoafirmar, pois conhecem melhor os seus defeitos e as suas virtudes, e assim, antes de serem gozadas pelos outros, gozam consigo próprias, defendendo e demonstrando as suas posições, sendo estas aceitas pelos outros.

    A despersonalização das pessoas nas diversas situações contribui, em grande medida, para o sucesso comunicacional, pois atribuir culpas às pessoas serve apenas para construir barreiras e conflitos entre as pessoas.

    “Quando alguém mente para nós, ficamos arrasados e nossa alma se entristece. Por outro lado, a cultura da veracidade e da fidelidade à palavra é grata e inspiradora: um peso parece desaparecer de nossos ombros; a intoxicação cede lugar à saúde; a alegria e a confiança prevalecem; e nossa estima pelos colegas e o trabalho cresce no nosso coração”.(4)

    As mentiras e a falsidade podem dar a impressão ou a sensação de que, desta forma, se resolve rapidamente todo o tipo de comunicação pessoal e profissional quer no mundo empresarial, quer no estabelecimento de relações interpessoais. Todavia é, precisamente, na imprecisão de informações e comunicações, que apresentadas de forma escrita ou falada, surgem os grandes conflitos, que apenas servem para dificultar a vida em sociedade.

    A comunicação da verdade em detrimento da mentira, conduz à manutenção do bem-estar, da liberdade de consciência, bem como, à alegria das pessoas que transportam em si, ideias, pensamentos e atitudes confiantes, verdadeiras e transparentes que libertam o corpo e a alma.

    Assim, podemos observar que a comunicação congruente e verídica é favorável à conquista da confiança e empatia dos restantes interlocutores, sendo um dos fatores imprescindíveis para o sucesso pessoal e profissional, pois, contribui para a compreensão mútua.

    “É fácil falar sobre veracidade, mas é mais difícil introduzir a prática e é o começo. Inclui um exercício simples no final do capítulo, destinado a encorajar equipes a começar a dizer a verdade e a se sentir por fim à vontade com essa prática cotidiana. Pode ser uma equipe de trabalho, um comité ou sua própria família”.(5)

    Neste sentido, comunicar a verdade, deve constituir um objetivo, um compromisso, um plano a ser cumprido, no sentido de construir relações duradouras e contribuir para a construção de uma vivência social mais justa e duradoura.

    Bibliografia:
    (1) HAY L. Louise, O poder está dentro se si, Editora Pergaminho, 1ª edição, Cascais, 2000, p.33.
    (2) MCCORMACK, Mark. H., A arte de comunicar passo a passo, Ed. Europa-América, Mem Martins, 1997, p. 80.
    (3) idem, p. 83.
    (4) SECRETAN, Lance H. K., Um nível acima, Ed. Pensamento – Cultrix Lda, São Paulo, 1997, p. 75.
    (5) SECRETAN, Lance H. K., Um nível acima, Ed. Pensamento, Cultrix Lda, São Paulo, 1997, p.77.

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